terça-feira, 28 de maio de 2013

Afixos



São morfemas que se juntam ao radical, para mudar o sentido o adicionar uma ideia secundária.

Nessa charge da Mafalda há vários afixos, tais como: SUPERcontente, boaZINHA, EXTRAordinária, INsuportável.

PREFIXO: quando o afixo é adicionado no início da palavra. Chamamos este processo de derivação prefixal.

SUFIXO:  quando o afixo é adicionado no início da palavra. Chamamos este processo de derivação prefixal.




Há ainda palavras que recebem prefixos e sufixos ao mesmo tempo. Este processo de formação de palavras é chamado de derivação parassintética.




VOGAL TEMÁTICA

VOGAL TEMÁTICA
Para se construir uma base, é necessário, acrescentar as vogais temáticas ao radical, a qual são anexadas as desinências. Está posicionada entre o radical e a desinência e sua função é indicar classes de nomes e verbos.







Nas palavras:
MORT”O” -  Flexiona-se O por A
Assim também nas palavras TRAPACEIRO, PÉSSIMO...

VOGAL TEMÁTICA NOMINAL
São, -a, -e, -o, porém, como saber se essas vogais são desinências ou vogais temáticas?
Basta flexionar a palavra. Exemplo
MENINA = flexionando a letra “A” pode-se formar a palavra menin”O”, pela substituição das vogais, tendo assim uma desinência de gênero.
LIVRO = não se flexiona, pios não existe a palavra LIVRA, não podendo flexionar a vogal “O”, tendo assim, uma vogal temática.

VOGAL TEMÁTICA VERBAL
Os verbos, em que a vogal temática é A, pertencem a primeira conjugação, E a segunda conjugação e em I a terceira.




Na charge há o verbo conjugado AMAVA, sendo pois que não podemos flexioná-lo “AMAVO”.



RAIZ e RADICAL










A aula de Morfologia da Professora Roberta do dia 16 /05/2013, começou com os conceitos de Raiz e Radical, embasados nos autores Aronoff e Haspelmath:

RAIZ – É base primária, irredutível, que tem a base semântica de palavra.


Exemplo: Ferreiro

 Ferr – raiz
eiro - sufixo
o –  é vogal temática
                                      
RADICAL – É base secundária que tem como contexto morfológico específico, é raiz + morfema que forma uma palavra e, se adicionarmos + outro morfema, fornece outra palavra.

Exemplo: INFELIZMENTE

IN – Prefixo de negação
FELIZ – Radical                
MENTE – sufixo

A Raiz pode ser vista, principalmente, em um viés DIACRÔNICO, ou seja, EVOLUTIVO, (segundo Valter Kehdi 1999).

É um morfema comum a várias palavras de um mesmo grupo lexical, portador da significação básica desse grupo de palavras.

Sincronicamente, o método de apreensão da RAIZ é observar um grupo lexical e detectar o elemento morfológico comum.

Exemplo:

Terra
Terreiro
Terraria
Terreno

RAIZ – Terr

Sincronicamente, ou seja, estado atual

Grupo Lexical: “TERRA”
Neste exemplo, vemos que a RAIZ forma novas classes e novas palavras

RADICAL
O Radical é a parte da palavra que está presente em todas as formas de uma mesma palavra. Cada palavra tem o seu radical específico, que pode coincidir ou não com RAIZ ou RADICAL de outras palavras.  Para se encontrar o RADICAL, flexiona-se o nome em gênero e número e o Verbo em número, pessoa, tempo e modo.


Exemplo: INFELIZMENTE

IN – Prefixo de negação
FELIZ – Radical                
MENTE – sufixo

Exemplo:

RIS o
RIS onho
RIS ada
RIS adinha

A análise da RAIZ compreende um grupo específico lexical, já do RADICAL, a análise ocorre palavra por palavra:

Exemplo:

AMAR
Eu Am o
Tu Am as
Ele Am a
Nós Am amos
Vós Am ais
Eles Am
O RADICAL É: AM

PRETÉRITO PERFEITO
AM – ei
AM – aste
AM – ou
AM  - amos
AM – astes
AM  aram
O RADICAL É: AM

GÊNERO: POEMA
JOSÉ  (Carlos Drumond de Andrade)

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
E agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e  tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta, 
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou,
quer ir para Minas,
Minas não  há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?


Meu Texto
POEMA: JOSÉ (Carlos Drumond de Andrade)

O Poema José nos remete a uma forma pessimista de ver a vida, a vida de José. Percebe-se que na medida em que o Poeta desenvolveu esta temática, deixou claramente refletida a imagem da solidão do homem, parece até que não há “vaga” neste mundo para ele viver, uma angústia (atualmente visível) o abandono, o desprezo, a fome, o frio... tudo! O homem José está só.
Prosseguirá em sua busca constante, porque agora “a festa acabou”, está tudo muito escuro, cadê o povo?  José foi excluído, ele está só, ele sente, muito frio, sua alma chora.
Será que Carlos Drummond  de Andrade  ao escrever este poema disse que ele é capaz de amar, de ser irônico, que “zomba dos outros”, faz versos...
Não, ele está falando é de José aquele que não tem sobrenome, José – vai para onde? Talvez em busca da amada, porque ele ama, apesar de estar só, no escuro, pois alguém apagou a luz, enfim, todos sumiram.
José espera, por enquanto não está desesperado, mas ele precisa reagir, precisa lutar sair desta situação. Um novo dia para iluminar o recomeço de uma nova vida. Ele está só e agora José? Apesar da impossibilidade de reação, ele está com a chave na mão, mas onde está a porta? Ela não existe.
Por isso, José perde a esperança e quer morrer no mar, mas o mar secou e a saída seria ir para Minas, mas como se ela não mais existe. Então José parou, pois não reage, não grita, não geme, não cansa, não dorme e não morre. Jose é duro, muito difícil de ser vencido. Agora José, tudo parece que chegou ao limite. Se pelo menos rezasse, sentiria conforto espiritual, mas suas forças acabaram, já não emite nenhuma reação, também não quer fugir, não tem como fugir e nem para onde ir.
E agora, José?


REFLEXÃO
 Neste poema, José é uma personagem que parece conviver conosco, em nosso dia-a-dia, pois vemos pessoas sofridas, desamparadas, abandonadas, excluídas por aí como José, e muitas vezes não nos preocupamos em saber quem são estes “Josés.”
Quantas crianças são abandonadas, sem ter para onde ir, assim como José,  elas “sobrevivem” perambulando pelas ruas da cidade...angustiadas, elas seguem...e continuam sem norte, como é triste! José também não sabia para onde ir. Às vezes, é perceptível nas crianças,  uma “falsa alegria”, pois para elas, a “festa também acabou”,  só restou a escuridão, a solidão, o frio, e a lembrança da família, o aconchego de um lar, com amor, carinho, atenção, respeito, mas tudo isso, sumiu.
Para onde vão? Não sabem. José também não sabia mais para onde ir, estava desnorteado. E estas crianças “desconhecidas”, vivem no anonimato, o qual não foi escolhido por elas viverem assim.
José está carente de tudo, pois perdeu sua mulher e segue sem ter carinho de ninguém, até mesmo de palavras, ele não as tem. Que situação, hein José! Realmente não há esperança, parece que tudo acabou, resta apenas um vazio muito grande e escuro. “E agora, José”? Resta apenas a chave, mas não existe porta, então José quer morrer no mar, isto se ele existisse...e se ele fosse para Minas, mas qual? Ela não mais existe também.
Ah! José está muito difícil para você. Se pelo menos você gritasse, gemesse, dormisse, morresse; mas nada disso você consegue  fazer. Mas apesar de todo sofrimento, e diante de toda esta passividade, eu te pergunto: Você marcha, para onde você vai?
E agora, José?


Aqui estão algumas palavras do texto : RADICAL

BIBLIOTECA
Biblio  tecário
Biblio  teconomia
Biblio  grafia
Biblio  tecário
Biblio  gráfico


ACABAR
Acab amento
Acab ou
Acab do
Acab arão

domingo, 12 de maio de 2013

Formas Livres, Formas Presas e Formas Dependentes



A identificação dos chamados vocábulos formais e a consequente diferenciação entre palavras e vocábulos leva à distinção estabelecida por Bloomfeld entre formas livres e formas presas.

Formas livres
Aparecem sozinhas no discurso, especialmente como respostas a perguntas. São vocábulos formais que podem ser pronunciados isoladamente e, mesmo assim, expressam ideias. Por isso,são consideradas
palavras.

. Exemplos:
 juízes, convocam, servidoras, públicas.

Formas Presas
É aquela que não pode aparecer sozinha no discurso, especialmente numa pergunta ou resposta. A preposição de é uma forma presa, pois é impossível encontra-la sozinha, pelo menos como preposição, ao contrário do advérbio não.


Formas Dependentes
São definidas por aquelas que não são livres, porque não podem funcionar isoladamente como comunicação  suficiente, mas não são presas, uma vez que entre esta e a forma livre com a qual ela constitui o vocábulo fonológico, podem-se intercalar novas formas.

Exemplo: encontrar um livro 


em que se pode intercalar entre a forma dependente UM e a forma livre LIVRO outras formas livres, como UM BOM LIVRO, UM EXCELENTE LIVRO.


Veja exemplos de formas livres, dependente e presas.

                                          

LIVRES: palavras, recolhidas, águas, salgadas, poetas, servirá, máquina e útil.
PRESAS: que marca o plural de nomes, substantivos e adjetivos (morfema de plural nos nomes), e -a, vogal temática nominal nos nomes poeta e máquina.
DEPENDENTES: e, as, de, que, se, o.


Texto do Jornal “Destak” – pág. 8 – Seção “Planejamento” – do dia 06/05/2013 (2ªFeira)

Manchete:

Procon alerta sobre  ‘falsas ofertas’: produtos podem ter pequenos ‘defeitos’.
Quando chega a época das datas comemorativas tais como, ‘ o dia das mães’, a procura  por presentes ou mesmo uma simples ‘lembracinha’ para “elas” é muito grande e estão soltas por aí as ‘falsas ofertas’, o que não deixa de ser um atrativo a mais, com um peso significativo, pois diante da situação financeira que tem atingido grande parte da população brasileira, a saída é buscar cada vez mais as famosas ‘ofertas’.
Vale a pena conhecer o que nos diz o Código de Defesa do Consumidor – CDC (lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990) que dispõe sobre a proteção do consumidor, e dá outras providencias.  Em seu art. 14, diz : o fornecedor de serviços responde, independentemente de existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos a prestação de serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua função e riscos.



 O que esta imbutido nas ‘falsas ofertas’ pode causar aborrecimentos, pois os detalhes, tais como os pequenos “defeitos” só poderão se vistos após a compra.
        A importância das palavras ‘falsas ofertas’ no texto é uma forma livre, no TODO, pois segundo ‘Bloomfield, formas livres são aquelas que podem constituir, isoladas, um enunciado suficiente para a comunicação’. Veja: falsas (falso) (de acordo com o dicionário é contrário à realidade em  que há mentira, ou dolo.
                Ofertas: ato de oferecer (se); oferecimento

  Nesta reportagem o que mais me chamou atenção foi o fato do alerta feito pelo Procon e a minha curiosidade em conhecer o CDC, em seu Art. 14 supracitado.
A partir de agora estarei mais atenta quando deparar com as tais famosas “ofertas”, pois posso estar correndo o risco de adquirir algum produto com “defeito” e aí para reverter a situação, ou seja, ter o produto em perfeito estado de uso, requer mais cuidado.